Emanuel tem uma vida moldada pelas escolhas que fez.
Nunca escondeu as suas origens humildes em Covas do Douro e orgulha-se do percurso que fez até atingir o estrelato. Começou cedo a ajudar a mãe nas hortas, antes de ir para a escola .Desse modo aos 10 anos decidiu rumar a Lisboa para trabalhar como padeiro durante a noite.
Emanuel, batizado Américo Pinto da Silva Monteiro, deixou o pão para ser aprendiz de barman. A saber que o futebol foi uma grande paixão (e quase carreira), mas a música era o seu destino, fosse como professor, produtor, compositor ou intérprete. Mesmo que isso o levasse a estar menos tempo com o filho mais velho, Samuel, ou o tivesse feito vender a sua casa, o único bem que tinha, para montar o estúdio de gravação.
Estar no “Domingão”, na SIC, foi crucial para o seu pai, na reta final da sua vida, enquanto estava hospitalizado e não podia receber a visita da família devido à pandemia. Ali, naquele pequeno ecrã, via o filho mais velho, que representava todo o clã. Faleceu com 88 anos. Teve três acidentes vasculares cerebrais, ficou paralisado e ainda esteve infetado com Covid-19. Venceu tudo, mas não a falta da família, desistiu de viver.
Emanuel nunca deixou de fazer nenhum “Domingão” por causa do progenitor. O pai partiu numa sexta-feira e no domingo ele estava em direto a levar música e alegria aos espectadores da SIC. De fato que se tratou um dos dias mais difíceis da sua vida. Cuidar da mãe é agora a grande prioridade de Emanuel e dos irmãos.