Nos últimos dias cresceram as críticas à postura de Francisco Monteiro nas redes sociais. Isso porque o comentador de “Casa dos Segredos” tem usado o Instagram para promover uma casa de apostas que atua ilegalmente em Portugal. O Holofote.pt confirmou que o site de apostas online promovido pelo comentador não está licenciado pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ). Mas, afinal não é só Francisco Monteiro que promove casas de apostas ilegais.
Ainda na noite da última segunda-feira, 4 de novembro, Francisco Monteiro promoveu uma das casas de apostas ilegais. “Hoje obtive um lucro de 519 euros, porque fiz um depósito de 100”, disse, afirmando que usa a aplicação para “apostas desportivas”. No vídeo, o comentador de “Casa dos Segredos” alerta: “Joguem na medida e apenas sob as vossas possibilidades. Não joguem com dinheiro que não podem gastar”.
Quem também promoveu a mesma casa de apostas na última segunda-feira foi Joana Diniz. A cabeleireira partilhou um vídeo em que surge com uma fã, que terá encontrado numa bomba de gasolina, e que ganhou 10 mil euros no site. “Contra factos não há argumentos”, diz Joana Diniz, abraçada na mulher.
De acordo com o que revelou o comentador Léo Caeiro no programa “Manhã CM”, as casas de aposta ilegais chegam a pagar 300 euros pelas publicidades. “Dá para ganhar cerca de 1500 euros por dia”. Mas a publicidade também pode gerar problemas para os influenciadores que arriscam. A suspensão temporária ou eliminação da conta é uma das punições previstas pelo Instagram para pessoas que realizam a promoção de atividades consideradas ilegais. O motivo poderá estar por trás da desativação recente das contas de personalidades como Catarina Miranda, Bernardina Brito e Diana Lopes.
E os problemas podem chegar à justiça. Em maio de 2024 Cláudia Nayara foi alvo de uma queixa-crime junto ao Ministério Público por parte da Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO), também por promover uma casa de apostas ilegal. Já em julho, a APAJO apresentou queixa-crime contra Bruno Savate pelo mesmo motivo.
Na altura, Bruno Savate reagiu através de um comunicado ao site Selfie. “Nem eu, nem o meu advogado temos conhecimento oficial de qualquer queixa-crime apresentada contra mim. Desde já afirmo que nunca colaborei com qualquer um dos operadores enumerados. Acrescento que a minha atuação tanto nas redes sociais, como na minha vida pessoal, sempre se pautou por uma conduta ética que nunca permitirá que eu conscientemente colaborasse com qualquer empresa/instituição que de qualquer forma fosse ilegal”.
Os perigos das apostas ilegais
A APAJO considera que a promoção das plataformas não regulamentadas representa um risco para o público. “Na sua condição ilegal, não são obrigados a verificar a identidade dos jogadores, alguns até permitem jogar apenas fornecendo um endereço de e-mail e password, abrindo a porta a menores e outros jogadores vulneráveis”, explicou Ricardo Domingues, presidente da associação, em declarações ao Jornal de Notícias. Além disso, o responsável ressalta que, por não estarem regulamentados, os sites não dão qualquer garantia de proteção dos dados fornecidos. “É importante o consumidor perceber que poderá estar não só a expor-se a organizações criminosas como a financiá-las e aos seus outros interesses fora do jogo”, conclui.
De acordo com o relatório “Hábitos de Jogo Online dos Portugueses 2024!”, 1 em cada 4 jogadores usa sites de apostas ilegais. Além disso, entre as 15 maiores plataformas de jogo online do país, quatro não são regulamentadas, conforme o estudo anual da APAJO.