Sinto-me, triste, amargurada e sem forças. Penso que sofro de ansiedade. Ou será depressão? Porque é tão difícil lutar contra isto? Como tratar? Vera, por e-mail
A ansiedade é uma doença psicológica tão limitante como uma doença física. Lá porque não é tão visível, não devemos menosprezá-la nem desvalorizá-la. Pode ocorrer em qualquer pessoa, de qualquer idade e de qualquer estrato social.
Há vários tipos de ansiedade, mas podemos dizer que o “medo” é uma característica comum a todos eles. A pessoa que sofre com esta perturbação sente medo de tudo sem motivo aparente, mas este é real e reflete o medo de falhar, de se ser julgado, de se expor, etc.
Já a depressão, apesar de também ser uma perturbação psicológica e emocional, é caracterizada por um sentimento de “tristeza” e “angústia”. As pessoas deprimidas vivem num estado introspetivo, apáticas e anímicas, sem vontade de viver. Portanto, podemos concluir que ambas as perturbações são limitantes, mas têm sintomas e causas diferentes.
A ansiedade não se vê, mas sente-se. Contudo, há alguns sinais de alerta que podem ajudar a identificá-la. Pessoas agitadas, inquietas, com tremores e suores, tensas, a hiperventilar e contraídas, são estereótipos da doença. Se mantivermos uma relação mais próxima com os indivíduos em questão podemos tentar perceber se costuma sentir pressão no peito, taquicardia, dores musculares, insónia, dores físicas inexplicáveis e pensamentos que não lhe saem da cabeça.
TRATAMENTO
A ansiedade resolve-se com psicoterapia. Há sempre uma causa, que é preciso identificar e resolver. Durante a nossa vida, passamos por vários eventos, alguns negativos e até traumáticos, que nos podem marcar, perturbar e condicionar para o resto das nossas vidas. A função da psicoterapia é ajudar a pessoa a identificar a causa real do problema e ensiná-la a usar as suas ferramentas para gerir essa emoção e dissociá-la de sentimentos negativos. A medicação não trata a ansiedade, porém, em fases agudas, pode ajudar a controlar os sintomas físicos, como, por exemplo, ajudar a dormir, a diminuir os batimentos cardíacos, diminuir
os tremores e sentir-se mais calma (quase que anestesiada). O problema dos psicofármacos é que, para além de não solucionarem a ansiedade, têm alguns efeitos secundários indesejados e grande parte deles causam dependência. Contudo uma abordagem ponderada e multidisciplinar é sempre positiva.