Quem o vê nos ecrãs da SIC está longe de imaginar que por detrás daquele cavalheiro, que também é um “engatatão” que se apaixona facilmente, está um homem sofredor. E a sua maior dor é não manter hoje qualquer relação de proximidade com o primeiro filho, atualmente com 24 anos. Pela primeira vez, e em entrevista a Júlia Pinheiro, José Luís Fernandes quebrou o silêncio e contou tudo sobre esta parte menos fácil da sua vida.
O descendente mais velho do alentejano é fruto daquele que foi também o seu primeiro casamento. Tinha 39 anos quando subiu ao altar. “Casei-me velho”, começa por dizer, acrescentando ter estado “profundamente empenhado”. “Por mim, teria continuado casado, mas essas coisas não dependem só de um, mas de dois”, frisa. Três anos após o matrimónio, o divórcio chegou e o sonho foi por água abaixo. Seguiu-se uma guerra nos tribunais pela guarda do filho, então com 2 anos. “Com isso, sim, fiquei traumatizado. Digamos que a justiça tirou-me o meu filho. A mãe dele levou-o para longe e a partir daí foi muito sofrimento”, recorda. Inicialmente, o concorrente de “Quem Quer Namorar com o Agricultor?” ainda manteve uma relação de proximidade com o rapaz. “Sei defender-me muito bem e perceber como é um sacrifício muito grande, ir todos os fins de semana… Comecei a aperceber-me de que estava cada vez mais distante de mim, nos fins de semana estava a mexer no portátil e cada vez menos comigo. Então, aí decidi que não ia mais sofrer por causa do meu filho e resolvi afastar-me, porque era uma relação muito sofrida e pouco compensadora para ele”, admite, insistindo: “O meu filho estava comigo e comunicávamos muito, apesar de passar muito tempo no computador”.
“Tenho muito orgulho nele”
Por tudo isto, Zé Luís não esconde: “Cansei-me de sofrer e desisti do meu filho”. E não poupa críticas. “Tudo isto com uma pensão de alimentos que seria dois terços ou quatro quintos do ordenado mínimo nacional. Um perfeito absurdo, parece-me que é um claro incentivo à destruição das famílias.” Apesar de todo o trauma, o agricultor não guarda mágoas. “Tenho um imenso orgulho e amor pelo meu filho, embora não esteja com ele”. E nega algum dia ter sentido vergonha do rapaz. “Tenho muito orgulho nele, sempre foi o melhor aluno das turmas onde andou no secundário, é mestre em Gestão pela Universidade Nova e é consultor da mais famosa casa de consultoria e assessoria do mundo”.
Dedicado à filha
Se com o mais velho não há relação, com a mais nova, Carolina, de 19 anos, a ligação não podia ser melhor. “Ela vive comigo. Desde a mais tenra infância dela que lhe sou dedicado”, diz José Luís, lembrando que quando a menina ainda andava no ensino primário tinham uma rotina muito particular: “Ela saía da escola às 5 ou 6 horas da tarde, levava-a para a piscina e ela nadava no clube. Dava-lhe de jantar e depois era escusado pensar em fazer deveres da escola, porque, como é óbvio, a seguir à natação não há condições para estudar, devido ao cansaço, e íamos dormir. Durante muitos anos tirei-a da cama às 6 da manhã para ela estudar”. Hoje tem consciência de que impôs uma disciplina dura. A filha aguentou-a, mas que quando chegou ao 9o ano pediu que se alterasse. O agricultor tem também um profundo orgulho em Carolina, que hoje estuda Direito na Universidade de Lisboa. E espera que ela goste do que tem vindo a ver nos ecrãs da SIC. “Ela apoiou-me sempre. Até agora não sofreu bullying, está tudo bem. Ainda ninguém se meteu com ela nem a chateou. Ela, se não está orgulhosa do pai, pelo menos não se sente envergonhada”, finaliza.