Estreia na próxima segunda-feira, 22 de janeiro, às 22h30, no canal Globo, a série “Os Outros”. Na trama que é um dos maiores sucessos da Globoplay, Adriana Esteves é mãe superprotetora e controladora. “A Cibele representa uma mulher com todas as complexidades possíveis de um ser humano. Em alguns momentos de sua vida, somos capazes de ter pena de como sua fragilidade faz com que tome tantas atitudes de certa forma desequilibradas que as levam a situações bem difíceis”, analisa a atriz. “Ela é complemente encantada pelo filho, quer protegê-lo, mas dá tudo errado”, acrescenta.
Intolerância e dificuldade de diálogo
Em primeiro lugar, a série conta a história de Cibele, personagem de Adriana Esteves, que decide morar num condomínio no Rio de Janeiro em busca de segurança e qualidade de vida. Sendo assim, seduzidos pelo ideal de felicidade, Cibele e o marido, Amâncio (Thomás Aquino), estão aliviados em poder oferecer uma condição de vida melhor e uma juventude com mais opções para o filho Marcinho (Antonio Haddad). Vendedor numa loja de eletrodomésticos, Amâncio é um homem sensível e que se preocupa com os outros. Já Cibele, personagem de Adriana Esteves, é uma mãe superprotetora, controladora e capaz de tudo pela segurança do seu filho. Trabalha de casa como contabilista e está sempre a tomar as rédeas do que acontece na vida da sua família.
Por outro lado, o filho deles, Marcinho, nunca foi o mais forte, o mais bonito nem o mais inteligente, mas uma coisa é certa: sempre foi um filho muito amado. Ou seja, poucas mães foram mais dedicadas do que Cibele. Mas o excesso de amor também traz os seus problemas. Marcinho fala pouco, mas as palavras acumulam-se dentro dele. E a raiva também, pois está cansado de ser vítima de bullying. Quando chega ao Barra Diamond ainda criança fica encantado com a liberdade que vislumbra naquele local e a família acredita ter encontrado a tranquilidade que haviam perdido nos últimos anos.
Contudo, tudo muda oito anos depois, quando o destino cruza o caminho deles com o da família do Wando (Milhem Cortaz), Mila (Maeve Jinkings) e o filho deles, Rogerio (Paulo Mendes). O que começa por ser uma mera discussão entre dois adolescentes cresce e toma proporções absurdas, despertando reflexões importantes sobre os limites da tolerância, capacidade de escuta e diálogo, compaixão, influência dos pais na criação dos filhos e solução de conflitos na atualidade.
“Relação inerente entre vizinhos, desconhecidos que convivem lado a lado”
Segundo o autor Lucas Paraizo, o título da série é inspirado na célebre frase de uma peça do francês Jean-Paul Sartre que diz que o ‘O inferno são os outros’, uma ponderação sobre como o “outro” é fundamental para o entendimento de nós mesmos. E que é cada vez mais atual, especialmente numa época em que a diferença de opiniões e valores tem justificado todo tipo de atos extremos. “Eu tinha a vontade de falar sobre a polarização, e o artifício que encontrei foi mostrar a relação inerente entre vizinhos, desconhecidos que convivem lado a lado. Na trama, eles são uma forma alegórica de me referir ao convívio em sociedade. Em um condomínio, há uma mistura de personagens: em um mesmo espaço, se relacionam pessoas de diferentes classes sociais, idades e gêneros”, frisa.
‘Os Outros’ é uma criação de Lucas Paraizo, com colaboração de Fernanda Torres, Flavio Araujo, Pedro Riguetti, Bárbara Duvivier, Thiago Dottori e Bruno Ribeiro. A direção artística é de Luisa Lima, em parceria com Lara Carmo. A produção é Luciana Monteiro, e a direção de género, de José Luiz Villamarim.