Aos 19 anos já se tornou o novo herói nacional e sonha ser campeão olímpico. E tem tudo para conseguir! Destacamos, em primeiro lugar, o que de mais interessante e curioso tem dito nas suas últimas entrevistas. Diogo Ribeiro, o menino de ouro da natação – Fibra de campeão.
A natação
“Até aos 7 anos, até fazer um ultimato à minha professora, não gostava [da modalidade]. Porque estava sempre a nadar crawl e não nadava mais nada. Era uma seca. Cheguei aos 7 anos e já andava no futebol, a brincar, como é óbvio, e no basquetebol. Estava indeciso entre futebol e natação. Então disse à minha professora que ou ela me ensinava a nadar mariposa, porque olhava para os outros e gostava muito, ou então deixava a modalidade e ia para o futebol, porque também gostava muito desse desporto. E ela ensinou-me a nadar mariposa. Cada vez mais tive essa paixão pela mariposa e cada vez me saía melhor… Saí do futebol e acabei por optar só pela natação porque chegou a um ponto em que já não dava para fazer as duas coisas.”
O sonho olímpico
“O sonho é a medalha olímpica. Já tive medalhas em todos os campeonatos. Vou ser mesmo direto: a única medalha que me falta neste momento é nos Jogos Olímpicos. Não estou aqui a prometer nada porque sei que vou ficar dependente de muita coisa. Nem me quero limitar; quero só prometer que vou trabalhar para isso e que vou tentar melhorar no que não fui bom, tanto como pessoa como atleta.”
Colecionador de medalhas
“Normalmente emolduro as medalhas e ponho em cima da minha cama em casa, em Coimbra. Se tenho noção do feito que tenho? Não tenho, só tenho 19 anos! Dormi com as medalhas debaixo da almofada, a dos 50 ficou partida, deve ter sido uma senhora das limpezas sem querer, mas dava para trocar e, entretanto, troquei.”
O acidente
“Ia eu a conduzir sozinho. Tinha acabado de regressar após ganhar uma medalha de prata, de ser vice-campeão Europeu de juniores, em Roma. Fui para o treino e, quando cheguei, reparei que me tinha esquecido dos calções. Tive de voltar a casa e na viagem estava a tentar ultrapassar uma viatura e o carro não me deixava passar, estava ali a entrar em picardia, então fingi que ia para a esquerda e meti-me pela direita. Ele bateu-me na roda de trás da moto e lá fui eu a voar. Dei cambalhotas, bati no chão, apaguei. Lembro-me de acordar no INEM e ir para o hospital.
Com um penso no dedo, porque estava desfeito. Doía-me o corpo todo. A minha primeira reação foi a de querer levantar-me dentro da ambulância e não conseguia. Ao primeiro movimento gritei logo, com dores nas costas. A minha sorte é que ia com os equipamentos todos de moto. Por isso, se não fossem as proteções não estava mesmo aqui.”
A namorada
“Foi assim que conquistei a minha namorada, na praia, a nadar. Levei a mochila da piscina porque tinha acabado de sair do treino. Ela estava lá na praia, eu não a conhecia… Estava a olhar para ela e queria fazer alguma coisa para reparar em mim, então meti-me na água e fui nadar até lá ao fundo. Comecei a nadar de um lado para o outro e… ela ficou impressionada, ficou a olhar para mim depois. Foi em Caxias. Depois, quando saí da água, aí já é outra história.”
A morte do pai
“Lembro-me perfeitamente dele brincar comigo. Ele chamava-me ‘Gogo’ e metia-me às cavalitas, mesmo em cima dos ombros… Lembro-me que ele tinha 1,91 metros e era gigante para uma criança de 4 anos. Lembro-me que ele foi comigo a festas da creche e metia-me sempre em cima dele para eu ver tudo. Ficar sem ele foi… Na altura, claro que não percebi logo, senti que estava ali alguma coisa a faltar. Um vazio durante alguns dias. A minha mãe não me disse logo, nem a mim, nem à minha irmã, que tinha 7 anos naquela altura. Fui percebendo com o tempo que ele já não estava lá. E que já não podia brincar como brincava comigo.
E a minha mãe, com o tempo, foi dizendo: ‘O papá teve de partir, alguém lá em cima precisava muito dele’. São coisas que acontecem na vida e, provavelmente, se calhar, se isso não tivesse acontecido não seria o que sou hoje.”
Percorra, em seguida, as imagens do atleta. Diogo Ribeiro, o menino de ouro da natação – Fibra de campeão.