Tem 27 anos e começou a cantar aos 4. Mariana Secca (de nome artístico Maro) foi a grande vencedora da 56ª edição do “Festival RTP da Canção”, cuja final decorreu no sábado, dia 12 de março, recebendo a classificação máxima por parte do júri e do público e conquistando um total de 24 pontos. É com o tema “Saudade, Saudade” (interpretado em português e inglês e dedicado ao seu falecido avô) que a jovem irá representar o nosso país no Eurofestival, que este ano se realiza em maio em Turim, na Itália, depois de a banda Mäneskin ter vencido em 2021. A jovem atual na primeira semifinal a 10 de maio. “É bom fazer parte disto tudo e ver como funciona do outro lado. Ganhar era uma coisa que, se acontecesse, era um bónus”, garantiu à estação pública após a vitória no certamente de música. “A palavra saudade é sobre pessoas que amamos muito e traz uma sensação de amor, carinho e energias boas. De certa forma, está relacionado com energias que devem ser trazidas para esta altura difícil.”
A artista, que chegou a pensar seguir a carreira de medicina veterinária, vem de uma família de músicos: a avó é pianista, a mãe é professora de música e o pai toca vários instrumentos. E foi com 19 anos que decidiu seguir também ela esta paixão. Fez as malas e foi estudar para conceituada escola de música Berklee, em Boston, nos EUA, onde se formaram vários artistas mundialmente conhecidos e ainda a portuguesa Luísa Sobral. “Acabou por não ser difícil, porque foi uma descoberta tão feliz perceber que era mesmo isto que queria fazer. Ir para a América, sim é longe, mas já não interessava. Estar longe da família, sim é difícil, mas isto era o que eu queria mesmo fazer”, partilhou na altura.
Terminou o curso em 2017 e rumou a Los Angeles determinada em vingar na música. Em apenas um ano gravou vários álbuns. As suas canções chamaram à atenção de artistas de renome como Tracy Chapman, Justin Timberlake ou Jacob Collier, que a convidou para uma digressão mundial. Passou por vários países a cantar, até que a pandemia, em março de 2020, obrigou-a a regressar permanentemente a Portugal. Ainda assim, e mesmo em confinamento, Maro não parou de trabalhar. Criou vários temas com o colega de curso Nasaya e deu ainda origem a “Itsa Me, Maro!”, composto por vários duetos à distância, entre eles com os músicos Eric Clapton, Mayra Andrade ou António Zambujo.