Durante a gravação do programa “Domingão do Faustão”, que foi para o ar este mês, Susana Vieira, 76 anos, revelou que tem leucemia – um tipo de cancro no sangue. A notícia apanhou o público de surpresa, principalmente, porque a atriz descobriu a doença há cerca de quatro anos e passou por um tratamento de quimioterapia em janeiro de 2018 sem, aparentemente, interromper as suas atividades quotidianas e profissionais. Segundo a sua assessora, sem entrar em detalhes sobre o tipo de leucemia enfrentado por Susana, o cancro está estabilizado e a atriz leva uma vida semelhante à de qualquer outra pessoa, sem restrições, quimioterapia nem remédios. “Gratidão por todo o amor e carinho que recebi de vocês. Estou ótima e feliz”, escreveu a estrela na foto que partilhou, no ginásio, depois de ter tornado pública a sua doença. Neste texto, Carla Maria Boquimpani, hematologista, fala sobre a ação da leucemia, assim como os seus possíveis sintomas e tratamentos.
O que é a leucemia?
Dos tipos de cancro do sangue, este é o mais conhecido. “Trata-se de uma doença que atinge a medula óssea”, explica Carla. A medula produz os componentes do sangue, entre eles, os glóbulos brancos, que combatem as infeções. A leucemia surge quando esses glóbulos deixam de proteger o organismo e passam a produzir as chamadas células neoplásicas, que são cancerígenas.
Os tipos da doença
As leucemias podem ser agudas ou crónicas e, nos dois casos, encontram-se os tipos linfoide ou mieloide. “As agudas são as mais graves e necessitam de quimioterapia com urgência. As crónicas, como a versão linfoide, podem nem precisar de tratamento. Já a variação mieloide é combatida com medicamentos orais”, diz a médica. Qual o tipo de doença de Susana? “Parece ser a do tipo crónica, pois a maioria dos casos não precisaria de tratamento de quimioterapia”, deduz.
Como prevenir
Uma forma eficaz de prevenção é o diagnóstico precoce através de exames periódicos anuais, especialmente o hemograma.
Principais sintomas
Leucemia aguda: fraqueza, sangramentos, vómitos.
Leucemia crónica: pode permanecer assintomática durante muito tempo. Mas cansaço e perda de peso sem motivo aparente podem ser sinais do problema.
Tratamentos indicados
Leucemia mieloide ou linfoide aguda: entre as possibilidades estão quimioterapia, transfusão de sangue, transplantes de medula ou radioterapia.
Leucemia linfoide crónica: quando necessário, pode ser venoso ou oral. “Caso contrário, o paciente pode continuar só com acompanhamento médico.”
Leucemia mieloide crónica: tratamento oral com prescrição de comprimidos.
Período de tratamento
A leucemia crónica precisa de tratamento até ao fim da vida. Já a aguda é tratada durante dois anos, dependendo do tipo de prognóstico. Se for de risco alto, será preciso um transplante. “A leucemia crónica não tem cura. A aguda, sim”, diz Carla. O acompanhamento do paciente após a remissão da leucemia aguda deve ser de até cinco anos.