Passou cerca de 300 episódios a fazer a vida negra a quase toda a gente em “Amor Maior”, mas o desfecho de Francisca, personagem de Inês Castel-Branco, foi pensado com requintes de malvadez.
Quando está prestes a ser apanhada pela Justiça por causa da morte do marido…ela decide vingar-se de Clara (Sara Matos) e rapta-a a ela e a Daniela (Beatriz Frazão). Depois, obriga a enteada mais velha a atirar-se de um precipício em troca da vida da mais jovem, mas no último momento as manas são salvas e é Francisca que acaba por ser empurrada por Lobo (José Mata) pela ravina. Quer o destino que ela não tenha morte imediata. Depois da intervenção médica, a vilã acorda e fica a saber que nunca mais poderá voltar a andar na vida – aliás, mais do que isso: está tetraplégica!
Deitada numa cama de hospital, olha para o vazio, quando uma enfermeira entra e anuncia que ela tem visitas. Noémia e Severino, os seus pais adotivos, surgem nesse momento. “Ai, minha Nossa Senhora!, como tu estás…”, diz a mãe, perante uma Francisca completamente alheada. Severino também fala para a filha. “Eles dizem que vais ficar a aguardar julgamento cá fora… Também não podias ir a lado nenhum”, diz o homem, mostrando frieza absoluta. Noémia tenta tranquilizá-la: “Não te preocupes que vais voltar para casa”. Nessa altura, Francisca, que continua sem falar, mostra alguma incerteza no olhar. A vilã não percebe porque é que aquelas pessoas que a trataram tão mal na sua infância e juventude a vão voltar a acolher. Mas a resposta vem logo a seguir. “Sim, filha, falámos com a dona Teresa e vens connosco para Santo Tirso”. Francisca está em pânico. Teresa chega nesse momento e depois dos cumprimentos entrega a Severino um envelope cheio de dinheiro. Noémia diz a Teresa que pode visitar a filha sempre que quiser mas esta dispensa tal passeio. “Podem ficar com ela, já vos dei o dinheiro… O resto tratam vocês com o médico e com a polícia!”, diz. Depois, olha para Francisca e, sem qualquer remorso, afirma: “Vais voltar para o sítio que mais odeias e nunca mais vais sair de lá. Não quero voltar a ver-te, para mim não és minha filha, não és nada”. A expressão de Francisca é de terror e frustração.