Jô Caneças é a segunda mulher de Álvaro Caneças, mas aquela que tem direito ao apelido por lei. Irrita-a – e não o esconde! – que Lili o use. Estive com ela para a conhecer melhor e também para entender por que razão não aceita fazer televisão.
Antes de tudo, diz-me lá de onde vem esta tua zanga com a Lili, que volta a estar na ordem do dia…
Olha, nem sei! Aliás, sei, mas não foi provocada por mim. Ela nunca gostou de mim, mas com isso lido bem. O que me afligiu durante um tempo foi ela ter proibido os filhos do Álvaro de me falarem.
Mas o Álvaro nunca disse nada?
O Álvaro é um ser humano extraordinário e não quer ter este tipo de problemas. É um homem com idade e sabedoria para passar aos filhos, que nunca desamparou…
Tu és muito extrovertida. Porque exageras tanto nas cores e nos padrões?
Porque gosto de ser diferente. Pelo meu marido, andava sempre de preto, que ele adora, mas gosto é de celebrar a vida com cores!
Onde vai o Álvaro buscar energia para te acompanhar a tantos lugares?
Ele vai porque quer, e depois de lá estar fica contente. Sabes que esta é também uma maneira de não envelhecer.
Tens uma casa enorme… Não te sentes sozinha?
Recebo muitos amigos e passo muito tempo a cuidar dela. Uma das coisas que mais gosto é encher a mesa da casa de jantar de amigos ou o jardim.
Há muita gente que se dá contigo por interesse?
Sei muito bem quem são os amigos, os conhecidos e os interessados. Sou loira, mas não sou burra!
Vives bem, nunca escondeste. Nos dias que correm, como se vive com tanto dinheiro? Tentas ajudar… controlar?
Olha, não gasto tanto como o fazia há uns anos, nem o Álvaro me deixava. O tempo das vacas gordas já lá vai. E ajudo muita gente, muita mesmo. Vou a quase todos os jantares de beneficência e pago. Aqueles onde não vês lá quase nenhuma das figuras que aparecem nas revistas. Além disso, há umas famílias que todos os meses contam comigo. Agora, não deixo de fazer a minha vida. Não vou passar fome para agradar.
Sei que já foste convidada para fazer televisão. Porque não aceitas?
Um dos projetos não interessava nada. O outro era para fazer uma coisa que critico aos outros. Um dia gostava de experimentar. Mas não vou fazer só para aparecer. Vou para ter prazer e ganhar dinheiro, pois quem lá me mete também ganha comigo lá sentada.