ANDREIA DINIS

Começou por abandonar o filho e o marido. Depois voltou e quis recuperar Vasco (Francisco Monteiro). A luta foi tão grande que quase a levou à loucura e deixou-a paraplégica. Para interpretar Ana, Andreia Dinis, 36 anos, teve de abandonar a sua zona de conforto, saiu “muitas vezes desfeita” dos estúdios, mas assume que este papel foi o seu maior desafio.

As gravações chegaram ao fim. Que balanço faz?

Muitíssimo positivo e vou ter saudades. Foi um projeto muito tranquilo, sem contratempos. Tivemos  um espírito unido, de equipa. Foi divertido de fazer. Apesar de a minha personagem ter uma carga negativa, como existia uma cumplicidade grande, isso aligeirava.

De facto, a Ana foi num crescendo de dramatismo até ficar paraplégica…

Exatamente! A história estava em aberto e não fazia a mínima ideia de que a minha personagem ia ter um acidente e ficar numa cadeira de rodas. Houve um dia, sem aviso prévio, em que me chamaram à produção e me informaram do que ia acontecer (risos).

Foi um choque quando soube?

Foi um grande choque. Não imaginava que ia ganhar este peso com o acidente e os pais a lutarem pela filha. De início, ela não consegue, pois está muito desgastada, depressiva. Quer morrer, não quer ficar assim. No entanto, será o acidente que faz com que dê a volta. Vão passar–se vários meses até que começa a praticar desporto e, então, com a ajuda dos pais e do filho, começa a mudar para melhor.

As pessoas abordam-na muito na rua?

Sim, o que é curioso. Nós sabemos que a novela é bem aceite devido às audiências, que nos deixam muito contentes, mas depois há o contacto direto do público que é muito interessante.

E o que querem saber?

A mim, a primeira coisa que me perguntam é se a Ana vai ficar boa. Mesmo vendo que ela teve quase o que merece – porque o acidente foi culpa dela –, as pessoas sentem simpatia e o meu trabalho tem sido muito elogiado, o que é bom.

Qual foi a cena mais dramática?

Aquela em que, no hospital, a colocam pela primeira vez na cadeira de rodas. É muito intensa, muito dramática, quase todos, inclusive técnicos, estávamos a chorar. Recebi mensagens em que me diziam que se tinham emocionado, chorado pela primeira vez ao ver novela e que se tinham esquecido de que tinha sido ela a provocar o estado em que estava. E isso é muito bom, porque não a veem como uma pessoa perturbada mas como alguém que sofre. Também a vejo assim.

Como foi construir a Ana nesta fase?

No início, foi complicado, porque, graças a Deus, nunca tinha andado numa cadeira de rodas, mas a Ana também estava a descobrir essa nova realidade, tal como eu. Perceber como se consegue viver a partir daí foi uma descoberta que fiz com a ajuda de todo o núcleo que gravou comigo. Bastava olhar para os meus “pais” e “irmão” e o drama estava lá, não era preciso recorrer a vivências minhas. Hoje em dia, tenho uma bagagem e técnica que não tinha. Esta Ana, apesar de todo o desgaste que me trouxe, fez-me ganhar isso.

Mas como preparou estas cenas?

Não tive tempo para fazer uma grande preparação. Fui vendo coisas na internet, conversei com a produção, com outros atores e fui lá chegando.

A partir do momento em que a Ana muda, a relação com o ex-marido também de apazigua?

A dada altura, a relação entre os dois torna-se mais normal e dentro do que se espera entre adultos que têm uma criança e vai haver uma aproximação.

Imagina um final feliz?

Imagino, mesmo que fique paraplégica. Quero que passe a mensagem de que as pessoas que têm limitações podem ser tão ou mais felizes do que as outras. Aliás, a Ana paraplégica será muito mais feliz que a Ana que andava. Acredito que seja assim.

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